sábado, 14 de abril de 2012

Messi. Só lhe falta ultrapassar Dixie Dean e Pelé

Com 66 golos em 2011/12, o argentino do Barcelona está a um do inglês do Everton 1927/28 e a nove do brasileiro do Santos 1958. O alemão Gerd Müller já era.


Liga espanhola, 39 golos. Taça do Rei, dois. Supertaça espanhola, três. Liga dos Campeões, 14. Supertaça europeia, um (vs. FC Porto). Mundial de clubes, dois. Selecção argentina, cinco. Ora bem, 39+2+3+14+1+2+5 dá 66. De Agosto até hoje, Messi tem 66 golos oficiais. Disso não há dúvidas. Ok, é ele o melhor marcador de sempre de uma época?

Aí é que está o busílis. Muito se tem falado sobre o recorde do alemão Gerd Müller, Der Bomber, o bombardeiro, um avançado notável, autor dos golos mais fáceis e até dos menos prováveis. Herói da Alemanha campeã mundial em 1974, com o golo da vitória à Holanda na final de Munique (2-1). Herói da Alemanha campeã europeia em 1972 com dois golos à URSS na final de Bruxelas (3-0). Herói do Bayern Munique em quase todos os 453 jogos.

Na época 1972/73, a Müller aparecem--lhe creditados 36 golos no campeonato alemão, sete na Taça da Alemanha, 11 na Taça dos Campeões, 12 na Taça da Liga alemã e seis na selecção alemã. Ora bem, 36+7+11+12+6 dá 72 golos. Mas o que é isto da Taça da Liga alemã, que só se joga em 1972/73 e depois regressa em 1996/97?

Fomos perguntar a quem de direito. Telefonámos para a federação alemã mas ninguém nos atende. Telefonámos para a revista Kicker e um jornalista explica--nos que essa Taça da Liga não tem carácter oficial. “Surge no ano dos Jogos Olímpicos Munique-72 para ocupar espaço até ao início da liga alemã, que começa mais tarde pelas actividades olímpicas. É uma prova oficiosa, e tanto assim é que o Bayern nem joga na máxima força. Portanto, 72-12 dá 60. Ao bombardeiro alemão, Messi dá um bigode. E agora, sobra quem?

Há Dixie Dean e Pelé. Quem? Pelé, um brasileiro aí dos anos 50/60. Joga no Santos. Enormidades, ao que parece. Em 1958, com 18 anos de idade, o moleque marca uma era, com 58 golos em 38 jogos no Campeonato Paulista (um torneio oficial aos olhos da federação brasileira), mais oito em oito da Taça Rio-São Paulo (outra prova oficial) e nove em sete na selecção brasileira (seis deles no Mundial da Suécia). Ora bem, 58+8+9 dá 75. Messi será capaz de o ultrapassar? A nove jogos (ou dez, conforme a qualificação para a final da Liga dos Campeões), é possível marcar dez golos?

O outro intruso é Dixie Dean, um dos maiores desportistas ingleses antes da Primeira Guerra Mundial e o primeiro a usar o número 9 do Everton. Na época 1927/28, Dean marca 60 golos na 1.a divisão inglesa mais três na Taça de Inglaterra e outros quatro na selecção inglesa (dois à França e dois à Bélgica). Ora bem, 60+3+4 dá 67. Messi será capaz de o ultrapassar? A este, é natural que o argentino também dê um bigode. Bastam dois golos e hoje há jogo do Barça em Levante, para a Liga espanhola.

Então falta só Pelé, o homem que está invariavelmente a dar indirectas a Messi. A última boca passa o Atlântico na segunda-feira, durante uma entrevista ao canal televisivo da Globo. “Messi? Antes de ser melhor que eu tem de ser melhor que Neymar.” Pois, pois...

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