sábado, 28 de agosto de 2010

Roberto - O maior fracasso de Jorge Jesus?

Dois meses depois - e mais de 8 milhões de euros investidos - a verdade vem ao de cima: o Roberto não mostrou ainda que tem lugar no onze do Benfica. Pelo contrário, as suas exibições tem sido - e para pôr de forma mais ou menos sensível - um desastre autêntico.

Mas isto só é surpresa para quem não acompanhou a pré-época. Eu vi alguns dos golos que o jovem espanhol sofreu e desde logo confirmaram-se os meus receios.

A minha desconfiança começou quando me falaram nele e me disseram que ele era o titular no Atlético até se lesionar. Depois das sua lesão ele foi emprestado a outro clube onde - reza a história - ele fez uma "grande época". Supostamente foram as suas "grandes defesas" que impediram o seu clube de descer de divisão.

Eu fiquei suspeito com esta história pelo seguinte motivo:

  • Se ele é assim tão bom, porque é que ele não voltou ao seu lugar quando recuperou?

O facto do outro guarda redes - o que o substituiu - estar a fazer uma boa época não serve de desculpa. Quando um jogador é bom, o lugar é seu. Se o Cardozo - de quem não sou especial fã mas reconheço algum faro de golo - se lesionar e o Kardec fizer uma excelente campanha de jogos durante 5 ou 6 jornadas, isso não vai impedir o paraguaio de voltar ao seu lugar mal esteja bom.

As explicações de que "o outro estava em forma" nunca me convenceram, mas dei o benefício da dúvida uma vez que já me enganei muitas vezes no que toca à previsões (Airton, por exemplo). Pois bem, o tempo (infelizmente) veio confirmar os meus receios: o Roberto (ainda) não tem estaleca para o glorioso. Não digo que seja um mau guarda-redes de todo; digo sim que, actualmente, ele não está pronto para representar o actual campeão português.

O que é irritante neste processo é que o Benfica fez 3 erros duma assentada:

  • Deixou sair o Quim
  • Não foi buscar o Eduardo ao Braga
  • Foi buscar o Roberto.

O Benfica não tinha um "problema" na baliza. O Quim tinha as suas pancadas e as suas paragens, mas era um guarda redes cuja importância ia para além do seu valor desportivo. Isso sentiu-se logo no primeiro e no segundo jogo do Benfica. Apesar do Benfica ter perdido os seus melhores jogadores, a sua intranquilidade não pode ser explicada só por isso mas sim com o facto de que os jogadores não terem confiança em quem estava lá atrás.

Quem nunca jogou à bola provavelmente não se identifica com isso, mas quem está lá dentro sabe o que é não ter fé nas capacidades de quem guarda as suas redes.

O Quim não era o melhor guarda redes em Portugal mas era o suficiente para deixá-lo mais uma ou duas épocas na Luz.

Este "problema" que o Benfica tem na baliza é uma situação auto-criada. Num ano onde se previa que haveria de haver mudanças sérias devido à saída de jogadores importantes, não se entende que o Benfica entre numa roleta russa numa área tão fulcral como a baliza.

Soluções?

Bem, uma coisa boa dos frangos do Roberto é que isto aconteceu logo no início e não numa altura crucial do campeonato. Aí, sim, seria mais grave. O Benfica ainda tem (algum) tempo para tentar encontrar um guarda redes para o resto da época. Fala-se do guarda redes do Roma e doutro qualquer, mas pode ser tudo especulação.

Entretanto, fica aqui a minha sugestão para a baliza do Benfica:


Boa campanha europeia

Esta última semana mostrou os clubes portugueses a dar cartas pela Europa fora. De forma algo surpreendente (pelo menos para mim) o Braga foi ganhar a Sevilha por 3-4 (sim, o Braga marcou 4 golos em Espanha) e o Sporting foi ganhar por 0-3 ao Brondby na Dinamarca.

Enquanto que o resultado dos arsenalistas seja de se ressalvar, não é nada que estivesse fora da cogitação. O Braga tinha ganho o primeiro jogo por 1-0, portanto estava tudo em aberto. No caso do Sporting as coisas ganham proporções verdadeiramente históricas se levarmos em conta que os dinamarqueses haviam ganho em Alvalade por 0-2.

Nos perto de 30 anos em que já acompanho o futebol europeu, nunca tinha visto uma reviravolta tão dramática. Nunca tinha visto um clube perder em casa por 0-2 e ir ganhar fora por 0-3. Lembro-me que o Porto de Mourinho, na sua caminhada para a conquista da Taça UEFA, perdeu em casa com um clube grego por 0-1 e foi ganhar fora por 0-2, mas perder em casa por 2 golos e ganhar fora por 3, é algo extraordinário.

Para não ser injusto com os tripeiros, deixem-me falar neles: o FCP, como se previa, eliminou o Genk. Havendo ganho fora por 0-3, ganhou desta vez por 4-2 - com 3 golos de Hulk. Não vi o jogo, mas não deve ter sido muito diferente do que tenho visto do Porto a jogar: pressão alta, alguma fragilidade na defesa, Varela em grande estilo, e um explosivo Hulk.


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